A impetuosidade nos estádios de futebol: um estudo das perspectivas extrínseca e intrínseca

O futebol como distração é apontado como a grande paixão mundial e descrito pelos entendedores do esporte como o maior acontecimento da sociedade dos últimos anos. Essa declaração é fácil de ser presenciada ao se observar o amor que os torcedores têm pelo seu time.

Contudo, há algum tempo que uma inquietação vem incomodando o cotidiano de todo torcedor que ama futebol: os episódios de violência que viraram habito nos estádios. Essa realidade tem distanciado o torcedor do estádio, que vem preferindo por, várias vezes, ver os jogos em casa, em seu conforto e, logicamente, longe da violência.

Nas análises de Paim e Strez, no momento em que uma pessoa entra para uma torcida organizada, ela está sendo exposta há situações de expansão de várias emoções, frequentemente reprimidas pelo grupo de torcedores dessa torcida organizada.  Assim, é a frente da torcida que esse indivíduo mostra sua identidade e começa a exteriorizar e se comportar de forma que não faria sozinho, expressando todo sentimento de impotência e desapontamento exclusivo seu, que foram desfeitas entre as arquibancadas.

Em relação a esse quesito, Filho se atentou que, se apropriando como paixão cultural, o futebol contém proporções positivas associadas a diversão e o incentivo e satisfação de várias pessoas. Entretanto, esse autor contou que o futebol também tem carregado a violência, em que um fragmento de componentes dos jornais esportivos vem demonstrando que, no campo, entre os jogadores, e na arquibancada, entre os torcedores, vem decorrendo um número muito alto de violência.

Uma das maneiras mais bárbaras de violência no futebol, vigente nos campos de futebol e nas arquibancadas, é o racismo, que curiosamente existe desde as origens do futebol, quando apenas brancos e nobres ricos podiam jogar futebol.

Silva e Votre salientaram que a comunicação social tem interferência muito grande na questão do racismo. De acordo com estes autores, quando o Brasil não consegue obter sucessos em competições importantes, todo tem a tendência em buscar um culpado para dar justificativa de sua derrota, e em geral, por meio da mídia, a culpa é dada aos jogadores negros.

REFERÊNCIAS

PAIM, Maria Cristina Chimelo; STREY, Marlene Neves. Violência no contexto esportivo. Uma questão de gênero? Revista Digital, Educación Física y Deportes, Buenos Aires, v. 12, n. 108, maio 2007. Disponível em: www.efdeportes.com. Acesso em: 4 jun. 2007.

FILHO, Nei Alberto Salles. Futebol e cultura da paz: jogando para a paz. Plano de aula, Paraná, ago 2004. Disponível em: www.novaescola.com.br. Acesso em: 12 maio 2005.

SILVA, Carlos Alberto Figueiredo da; VOTRE, Sebastião Josué. Metáforas da discriminação no futebol brasileiro. Gramado, RS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2000. Trabalho apresentado no 8º Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa. Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana – Universidade Técnica de Lisboa em dezembro de 2000 e no VII Congresso Brasileiro de História da Educação Física, Esporte, Lazer e Dança.