A Jornada de “Lady Bird”: a caminhada para a maturidade e os laços familiares

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Para cada adolescente que se torna independente, há um adulto lutando para desapegar.

Aos 17 anos, Christine “Lady Bird” MacPherson (Saoirse Ronan) está no último ano do colégio católico e enfrenta os dilemas da adolescência, como o primeiro amor, a descoberta do sexo, a tentativa de ser popular na escola e a relação tumultuosa com sua mãe, Marion (Laurie Metcalf). No filme “Lady Bird – A Hora de Voar”, Christine deseja fazer faculdade longe de Sacramento, Califórnia, uma ideia firmemente rejeitada por sua mãe. Lady Bird, como a jovem de forte personalidade exige ser chamada, não se dá por vencida e leva adiante o plano de ir embora. Enquanto sua hora não chega, ela se divide entre as obrigações estudantis, o primeiro namoro, os rituais de passagem para a vida adulta e inúmeros desentendimentos com a mãe.

O filme foi indicado a cinco Oscars: melhor filme, melhor atriz para Saoirse Ronan, melhor atriz coadjuvante para Laurie Metcalf, melhor roteiro original e melhor direção para Greta Gerwig, que se tornou a quinta mulher a ser indicada na categoria.

Em “Lady Bird”, as relações familiares desempenham um papel central, evidenciando a essência do gênero ‘coming of age’, que trata das inevitáveis mudanças da adolescência. A família, como primeira organização social, desempenha um papel crucial ao impor expectativas, cobranças e esperanças. Esse impacto é perceptível especialmente durante a adolescência, quando se espera que se apresente ao mundo a pessoa que se está escolhendo se tornar. Por isso, parece estranho que muitos filmes dessa fase tratem os pais como meros coadjuvantes.

“Lady Bird” ilustra magistralmente esse cenário ao focar na relação mãe-filha. Embora o título do filme seja o alter ego da protagonista, Christine, o título provisório era “Mães e Filhas”, reforçando que toda história de amadurecimento tem dois lados: o jovem que aprende a amadurecer e o pai que aprende a dizer adeus. Enquanto os adolescentes anseiam por sair da casa dos pais, estes enfrentam seus próprios conflitos internos ao aceitar a liberdade dos filhos. “Lady Bird” se destaca ao mostrar o protagonismo “escondido” de Marion, além de como a força de uma personagem exerce influência sobre a outra.

                                                                                                  fonte: A24

A cena após a discussão entre Lady Bird e sua mãe (que terminou com Lady Bird pulando do carro) mostra que ela escreveu “f*** you, mom” em seu próprio gesso imobilizador. Detalhe interessante que acrescenta à sua ,ainda infantil, rebeldia.

O filme intercala cenas de Christine com amigos, professores e namorados com cenas dela e sua mãe, mostrando como os acontecimentos de uma esfera desencadeiam os da outra. As interações entre Christine e Marion, explosivas ou discretas, são as que mais se destacam, dando substância ao que poderia ser apenas mais uma comédia adolescente sobre uma garota mimada se rebelando.

SEndo caracterizado pelo gênero ‘coming of age’, Lady Bird captura a transição turbulenta da adolescência para a vida adulta, explorando relacionamentos amorosos, pertencimento, desentendimentos familiares e a busca por novas experiências. Para Christine, a universidade distante representa a oportunidade de se libertar das imposições familiares, da situação econômica e da religião. Lady Bird busca um recomeço, experimentando a existência sem as correntes de sua origem. A cena inicial do filme destaca o conflito entre gerações, com Christine tentando se distanciar de tudo o que a família representa, adotando um alter ego que a define e a separa do passado.

O clímax ocorre quando Christine é levada ao aeroporto pelos pais para embarcar para Nova Iorque, onde cursará faculdade. A instabilidade da relação entre Christine e Marion é evidente. Há um momento desconcertante em que Christine pergunta se a mãe a acompanhará até o portão de embarque, e Marion responde que não, citando o custo do estacionamento. Quando Christine sai do carro, Marion começa a chorar enquanto dirige sozinha, tentando conter suas emoções. Ela retorna ao aeroporto, mas já é tarde demais; Christine havia alçado voo. E é nesse momento que fica claro o primeiro contato de Marion com o ninho vazio, visto que o irmão mais velho de Christine não tem o mesmo ímpeto de sair de casa o mais rápido possível.

Essa transição, conhecida como  ninho vazio, ocorre quando os filhos deixam a casa dos pais para seguirem seus objetivos de vida. Os pais perdem a função antes exercida na criação dos filhos, afetando diretamente o psicológico deles. A maturidade, embora desejada durante o processo de amadurecimento dos filhos, passa a ser motivo de solidão, e muitas vezes, sem perspectiva do que fazer para o futuro, perdendo até mesmo a visão do casamento depois dos filhos irem embora. Sentir saudades de filhos distantes não é incomum, e se preocupar também não. Porém, quando falamos da síndrome, esses sentimentos são de sofrimento e depressão, causando até mesmo reações físicas nos pais.

 fonte: A24: Universal Pictures Focus Features

Lady Bird é o raro filme que reconhece plenamente a complexidade do amor entre mãe e filha, bem como como as melhores intenções dos pais para com o filho podem ser obscurecidas ou confusas por má comunicação ou problemas pessoais.

Por outro lado, o sofrimento do jovem adulto é marcado por desafios emocionais, sociais e econômicos durante a transição para a vida adulta.  Portanto, a transição para a vida adulta é caracterizada por uma série de mudanças e eventos específicos, incluindo concluir a escolaridade, ingressar no mercado de trabalho, casar e tornar-se mãe ou pai. Em certa medida, a juventude é mais uma etapa de assumir grandes responsabilidades. No entanto, devido às diferenças de classe social, gênero e diversidade cultural e étnica, essas experiências emocionais variam em sociedades e histórias específicas.

Nas cenas finais do filme “Lady Bird”, é possível ver a protagonista se colocando em risco, bebendo com desconhecidos e andando sem rumo pela nova cidade onde se encontra. Ela liga para os pais: “Sou eu, Christine. É o nome que vocês me deram. É um bom nome” e fala com a mãe, demonstrando saudades de casa. O filme acaba com as falas de Christine: “Eu te amo. Obrigada.”Assim, é nítido que algumas das expectativas com o sonhado mundo de Lady Bird foram quebradas e ela está enfrentando as dificuldades da nova vida adulta.

Os jovens adultos também passam pelo luto de sua infância/adolescência, e a atuação do psicólogo pode ser um aliado nessa turbulenta fase. A psicoterapia para o jovem adulto é recomendada quando há sofrimento no momento em que o jovem passa a fazer escolhas de forma mais independente. O processo de amadurecimento pode acarretar ambivalências e angústias intensas frente ao desafio que é se tornar adulto na nossa sociedade. Aspectos como classe social, raça e gênero impactam e determinam as experiências emocionais do jovem.

Diante dessas demandas, a saída de casa de um dos filhos pode ser um período turbulento tanto para quem vai quanto para quem fica. Um psicólogo qualificado desempenha um papel crucial para os filhos que estão saindo e para os pais que estão ficando. A atuação do psicólogo oferece um espaço seguro para que os jovens e seus pais expressem suas preocupações, ajudando-os a desenvolver resiliência e estratégias de enfrentamento. O psicólogo trabalha para diminuir o estigma em torno da saúde mental, facilitando o acesso a tratamentos e promovendo a importância do bem-estar psicológico. Além disso, ele pode orientar na construção de identidade e autonomia, ajudando a navegar as pressões sociais e expectativas de futuro.

Lady Bird, 2017 – Estados Unidos

Direção: Greta Gerwig

Roteiro: Greta Gerwig

Elenco: Saoirse Ronan, Laurie Metcalf, Tracy Letts, Lucas Hedges, Timothée Chalamet, Beanie Feldstein, Stephen McKinley Henderson & Lois Smith

Fotografia: Sam Levy

Trilha Sonora: Jon Brion

Montagem: Nick Houy

Design de Produção: Chris Jones

Referências

GERWIG, G., Lee, B., & McWilliams, J. (2017). Lady Bird. Universal Picture.

Hassan, Nuha. Lady bird: the complex love story of a mother and daughter. Disponível em <: https://medium.com/narrador-personagem/lady-bird-e-a-import%C3%A2ncia-das-rela%C3%A7%C3%B5es-familiares-na-narrativa-coming-of-age-439fc6b7784 >. Acesso em 20 de maio  2024.

Telavita. A forte saudade do filho e a síndrome do ninho vazio. Disponível em <: https://www.telavita.com.br/blog/sindrome-do-ninho-vazio/ >. Acesso em 20 de maio de 2024.

FERREIRA, T. L. Aspectos psicossociais do ninho vazio em mulheres: uma compreensão da psicologia analítica. 2012. Dissertação (Mestrado em psicologia) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo. Disponível em: . Acesso em 22 mai. 2024.

HERDAYANTI, Kicki.; SATRIA, Robby. Psychological Conflict Of The Main Character Reflected In Lady Bird Movie . Ejournal Universitas Putera Batam  Vol. 8 No. 2 (2021): JOURNAL BASIS UPB  . DOI:  < https://doi.org/10.33884/basisupb.v8i2.3766> .

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Danila Silva: é preciso ampliar os horizontes e apaixonar-se pela vida

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29O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Danila Lima de Moura Silva, 39 anos, casada, mãe. Pedagoga/Neuropsicopedagoga/ e acadêmica do 8º período de Psicologia, funcionária pública estadual na área da educação. A entrevistada se apresenta como uma pessoa apaixonada pela vida, pelos processos, enxerga beleza no que a vida a presenteia, tanto nos pontos positivos como nos negativos.  

Danila ama a sua família e ressalta: “Eles são parte de mim, é muito gratificante caminhar com eles.  Sou cuidadosa, parceira, possuo humor e ao mesmo tempo luto contra uma irritabilidade sem causa (risos), tenho como balizadora da minha vida a fé Cristã, e vivo, caminho crendo no que ela profere. Amo viajar, descobrir novas coisas, sabores, costumes, gosto da diversidade das coisas e da capacidade que o ser humano tem de respeitar e conviver com todas elas, se assim o quiser. Tenho uma relação forte com a comida, com o sono e com atividades físicas, gosto de pensar no futuro, fazer planos, conquistar coisas. Enfim, gosto da minha história e do que tenho construído, que para muitos não é muita coisa, mas que para mim é o que consegui”.

Confira este e outros detalhes na entrevista abaixo. 

 

(En)Cena – O que te motiva a fazer psicologia já em uma fase mais amadurecida da vida?  

Senti a necessidade de “mexer o doce”, o lugar em que eu estava não me cabia mais, precisava ampliar novos horizontes e vi na psicologia uma oportunidade de começar uma nova jornada, agregando coisas que para mim fazia sentido (estudar, ajudar pessoas e ganhar dinheiro com isso)

 

Qual área de atuação você pretende focar depois da formação? 

Ainda estou em dúvida, talvez na área familiar, principalmente casais.

 

Qual dica você deixa para quem pretende cursar psicologia? 

Aconselharia que a pessoa tivesse muita certeza de quem é, quais são os seus reais princípios, quais são as reais visões que possuem de si mesmo e do mundo.

Que aspectos internos foram mobilizados em sua vida a partir do curso?  

A questionar meus pensamentos distorcidos, respeito a dor e os processos das pessoas. Não se sentir responsável pelo processo do outro e entender que cada um tem a sua toada.

 

Como é a experiência de conviver no curso com pessoas de diferentes idades e perspectivas? 

É engraçado, mas é gratificante. Quando sentamos naquela cadeira nos equiparamos de certa forma, e em relação às perspectivas, se não temos certeza de quem somos nós, podemos entrar em crise, mas entendemos que somos subjetivos e isso se torna até atraente.

Quais os maiores desafios enfrentados na pandemia relacionado à formação acadêmica? 

Não enquadro nesses aspectos de enfrentamento, amei as aulas online, os professores não deixaram a qualidade do ensino cair em nada, e para mim foi super tranquilo todo esse processo. Inclusive em algumas disciplinas até preferiria que continuasse assim.

 

Qual mensagem você deixa para os nossos leitores? 

Uma frase até clichê (risos): A vida é muito interessante, tem muitas possibilidades, nunca se compare a ninguém, aceite a sua medida e seu compasso.

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Giselle Thron: “não existe uma única realidade, uma única verdade…”

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O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Giselle Carolina Thron, natural do estado de São Paulo. Ela vive no Tocantins desde a adolescente, onde residiu em Porto Nacional e, há sete anos, se mudou para Palmas. A respeito de suas formações anteriores à Psicologia, Giselle nos contou que tem Licenciatura em História pela UFT e Especialização em História Social, e que após este período de sua primeira formação resolveu fazer o curso de Tecnologia em Estética e Cosmética na ULBRA, além disso também tem Especialização em Processos Educacionais Inovadores, pela UniCatólica.

Confira este e outros detalhes na entrevista abaixo:

EnCena – O que te motiva a fazer psicologia já em uma fase mais amadurecida da vida?

Bom, quando concluí o Ensino Médio, morava em Porto Nacional na época, despertei a vontade de cursar Psicologia, mas a minha realidade naquele período não me permitiu, pois já trabalhava e o curso mais próximo era em Palmas. Então, não tinha dinheiro para arcar com as despesas de transporte e a mensalidade, programas de bolsas e financiamentos eram difíceis e ainda tinha o agravante de ter que cursar também durante o dia. Por isso, dentre as opções que eu tinha na cidade: Letras, Geografia, Biologia e História, minha “escolha” foi a que mais se aproximava de mim: História. Quando decidi por uma segunda formação a vontade de cursar Psicologia aflorou novamente, mas as condições financeiras falaram mais alto e tive que adiar. Tempos depois, com mais estabilidade financeira eu pude voltar a pensar neste projeto que cultivei naquele momento. Também o fato de ser servidora da Ulbra me ajudou muito, pois posso ser bolsista e cursar com mais tranquilidade, embora, como milhares de estudantes trabalhadores é muito difícil conciliar várias tarefas e me dedicar tanto quanto eu gostaria.

Qual a área de atuação você pretende focar depois da formação?

Quando penso sobre isso eu vejo o meu nível de amadurecimento quanto à profissão. Antes de iniciar o curso eu tinha uma ideia totalmente diferente da Psicologia, não imaginava a imensa variedade de linhas teóricas e abordagens que temos para seguir. Sobre a área que mais me motiva é a Terapia Sistêmica, embora a abordagem freudiana também muito me encanta, mas neste momento estou me dedicando a Sistêmica.

Qual dica você deixa para quem pretende cursar psicologia?

Dica elementar… rs: Leitura. Leitura. Leitura! Outra dica que não poderia faltar para quem está pensando em cursar Psicologia é despir-se de julgamento e preconceitos e aprender que crenças pessoais devem estar ligadas apenas a sua vida particular. Ahh… e façam terapia!!

Que aspectos internos foram mobilizados em sua vida a partir do curso?

Tenho aprendido que não existe uma única realidade, uma única verdade, e que respeitar o ser humano é fundamental. Tenho aprendido a conviver melhor com as pessoas e aceitar minhas falhas e, sobretudo, a lidar com meus próprios traumas passados.

Como é a experiência de conviver no curso com pessoas de diferentes idades e perspectivas?

Esta é uma das delícias de cursar Psicologia. No início me incomodava um pouco, observava as turmas que frequentava e via uma espécie de “rachadura”: de um lado um grupo recém-saído do ensino médio que se considerava muito especial por ser jovem e de outro lado um grupo “mais velho”, que se achava muito especial por ter “experiência de vida”. Hoje já olho para estes dois grupos e consigo ver homogeneidade e uma intensa troca de experiências, vejo que todos nesses grupos estão ali para somar histórias e visões de mundo, estamos aprendendo a conviver com diferentes problemas e histórias de vida e isso é lindo, pois é isso que teremos em nossa profissão: Muitas histórias e dramas pessoais aos quais teremos que dar suporte para que estas pessoas possam superar seus desafios.

Quais os maiores desafios enfrentados na pandemia relacionada à formação acadêmica?

Sinto até certo incômodo a me referir a este período, pois sei que falo de uma posição de privilégio. Na verdade, eu não tive grandes dificuldades em dar sequências aos meus estudos, claro, o fato da distância incomodava um pouco no início, mas logo eu me habituei como aluna. Explicando minha posição de privilégio… Sou uma mulher solteira, sem filhos, tinha meu espaço tranquilo, conexão de qualidade e equipamentos para acompanhar a aula diferente de outros milhares de estudantes. Os problemas que observava que muitas colegas terem eu não tinha, tais como: assistir aula segurando o filho no colo que reclamava atenção e que a mãe fosse fazer um lanche, pois era a hora do lanche, ou colegas que compartilhavam o espaço com outras pessoas e havia apenas um computador na casa para todos. Neste sentido que digo que para mim foi totalmente tranquilo e sem maiores implicações.

Qual mensagem você deixa para os nossos leitores?

Sendo estes leitores estudantes de Psicologia ou pretensos estudantes, aconselho a olhar para o lado e ver seus colegas como sua rede de apoio. É incrível como no decorrer do curso muda-se nossa percepção sobre muitos colegas, convivemos durante anos com pessoas e vamos conhecendo suas incríveis histórias, histórias que podem ajudar a mudar sua percepção do mundo.

Sendo estes leitores de outras áreas a única coisa que posso falar é: façam terapia, mas antes, escolham bem os profissionais.

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Adhemar Filho: “A recompensa será a nossa satisfação pessoal de fazer aquilo que nos completa”

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O (En)Cena entrevista o acadêmico de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Adhemar Chufalo Filho. Nosso entrevistado tem 67 anos, é Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Franca, Estado de São Paulo, Juiz Aposentado, Advogado, mestrado em Prestação Jurisdicional e Direitos Humanos pela UFT/ESMAT e, agora, acadêmico de Psicologia do CEULP/ULBRA cursando o 6º período.  

Confira este e outros detalhes na entrevista abaixo. 

(En)Cena – O que te motiva a fazer Psicologia já em uma fase mais amadurecida da vida? 
Sempre gostei do estudo do comportamento humano, bem com das psicopatologias, porém como trabalhava e o curso era somente durante dia não tive a oportunidade. Sendo criado no noturno comecei a cursar. 

(En)Cena – Qual a área de atuação você pretende focar depois da formação?
Clínica, a priori penso em me aprofundar e seguir na abordagem Analítica de Jung. 

(En)CenaQual dica você deixa para quem pretende cursar Psicologia?
Ter amor pelo assunto, pois assim tudo flui de maneira natural e gratificante. 

(En)Cena – Que aspectos internos foram mobilizados em sua vida a partir do curso?
Como faço palestras, religiosas ou não, muito mudou nas minhas concepções, inclusive, embora a busca de ajudar o próximo, muito tenho aplicado a mim mesmo.

(En)Cena – Como é a experiência de conviver no curso com pessoas de diferentes idades e perspectivas?
Muito bom, nada como a diversidade para nos enriquecer. 

(En)Cena – Quais os maiores desafios enfrentados na pandemia relacionado à formação acadêmica?
No meu caso parte do curso foi online, e muito bem aplicado pelos professores, mas nada melhor que a convivência física, o calor humano da presença física faz toda a diferença. 

(En)Cena – Qual mensagem você deixa para os nossos leitores?
Persistam, embora com dificuldades, a recompensa será a nossa satisfação pessoal de fazer aquilo que nos completa. 

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Danúzia Alves Dalat: a riqueza de cursar Psicologia após a aposentadoria

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O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Danúzia Alves Dalat, 54 anos, divorciada, mãe de dois filhos. Atualmente Danúzia reside em Palmas-TO, e como ela mesmo se apresenta, é “paraisense de vivência e natural de Araguacema-TO”. Psicologia é a sua segunda formação superior, sendo a primeira graduação a Licenciatura em Geografia e pós graduada em Gestão Escolar.

Em uma breve apresentação pessoal a entrevistada pontua que depois de atuar por 32 anos como professora e coordenadora pedagógica, e aposentar-se aos 50 anos por tempo de contribuição, deu início ao processo de formação em Psicologia que já era um desejo antigo. Hoje no nono período de formação, ela fala com expectativa sobre a possibilidade de uma nova atuação profissional.

Confira este e outros detalhes na entrevista abaixo.

(En)Cena – O que te motiva a fazer psicologia já em uma fase mais amadurecida da vida?

A possibilidade de atender a um desejo antigo de fazer essa graduação; disponibilidade e maturidade para me dedicar aos estudos e a possibilidade de uma nova atuação profissional, que certamente me trará uma melhor qualidade de vida, considerando que o ser humano necessita ser ativo.

(En)Cena – Qual a área de atuação você pretende focar depois da formação?

Clínica e institucional.

(En)Cena – Qual dica você deixa para quem pretende cursar psicologia?

Estudar e estudar! Esforçar-se para vencer a procrastinação diante das atividades acadêmicas propostas pelos educadores. Penso que esse “fenômeno procrastinação” das atividades acadêmicas é uma demanda latente e com prejuízos.

(En)Cena – Que aspectos internos foram mobilizados em sua vida a partir do curso?

Sem dúvidas, o autodescobrimento, a autonomia e autoestima

(En)Cena – Como é a experiência de conviver no curso com pessoas de diferentes idades e perspectivas?

Riquíssima!! Conviver com pessoas de idades distintas, nos possibilita novos aprendizados. Na troca de experiências, ambos têm muito a oferecer se compreendermos que as habilidades múltiplas são fundamentais para a completude humana.

(En)Cena – Quais os maiores desafios enfrentados na pandemia relacionado à formação acadêmica?

O distanciamento do convívio entre os acadêmicos e professores para a contextualização e trocas de conhecimentos foi desafiador. Além das atividades em grupos, especialmente por não conhecer quem estava do outro “lado”, isso dificultava compreender o contexto vivenciado, considerando que todos nós estávamos vivendo em suas “bolhas”, com suas mais variadas demandas e perdas.

(En)Cena – Qual mensagem você deixa para os nossos leitores?

Na meia idade nós precisamos fazer o exercício “doloroso” de olharmos para dentro, para então, confrontarmos com o nosso eu e voltarmos pra nós mesmo, enxergar a nossa sombra e então, preencher a nossa ansiedade, o nosso vazio, para o que mais combatemos em toda a nossa vida. É descobrirmos que somos capazes de ser quem realmente somos, e oportunizar aos outros espaço para que eles sejam quem são e assim vivermos melhor conosco e com as outras pessoas.

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Simone Magalhães: “na psicologia, minha visão de mundo mudou radicalmente”

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O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Simone B. Magalhães, nordestina, reikiana, 40 anos, casada há 15 anos, mãe de um casal de adolescentes. A entrevistada é formada em Educação Física pela Universidade de Pernambuco desde 2005, dois anos após se formar, casou-se e mudou-se para Palmas – TO. Aqui na capital do Tocantins Simone trabalhou com ballet clássico (crianças), dança (idosos) e Educação Física escolar. Após engravidar do primeiro filho, optou por parar de trabalhar fora de casa e se dedicar com exclusividade a criação dos seus filhos.

 

Confira este e outros detalhes na entrevista abaixo. 

 (En)Cena – O que te motiva a fazer psicologia já em uma fase mais amadurecida da vida?  

Após dez anos dedicando-me à família, senti que era o momento de retornar ao mercado de trabalho, mas não me identificava mais com minha profissão. Entrei em processo terapêutico por alguns anos até que, em 2019, escolhi o curso de Psicologia. 

 Qual a área de atuação você pretende focar depois da formação? 

Gosto da ideia da clínica, priorizando o público surdo, com atendimento em Libras. Gosto também da ideia de ensinar, dar palestras e poder contribuir para o conhecimento de outros colegas na área que pretendo me especializar.

 Qual dica você deixa para quem pretende cursar psicologia? 

Daria o mesmo conselho que me dei quando decidi iniciar o curso: deguste da universidade, aproveite cada momento, tanto em relação ao conteúdo quanto as relações de amizade construídas durante o processo.

Que aspectos internos foram mobilizados em sua vida a partir do curso?  

Minha visão de mundo e relações interpessoais mudaram radicalmente, sinto como se tivesse retirado um véu do meu rosto que fazia com que eu enxergasse tudo meio embassado e, agora, sinto que enxergo o mundo à minha volta com mis clareza, nitidez.

 Como é a experiência de conviver no curso com pessoas de diferentes idades e perspectivas? 

Tenho bastante facilidade de me relacionar com pessoas, independente da idade. Porém, ao encontrar pessoas da minha faixa etária no contexto da universidade, há a possibilidade de trocar experiências positivas e negativas, ocorrendo um acolhimento mútuo. 

Quais os maiores desafios enfrentados na pandemia relacionado à formação acadêmica? 

Meu maior desafio é conseguir conciliar a demanda familiar com as atividades do curso.

 Qual mensagem você deixa para os nossos leitores? 

Entendam que todos nós, independente da idade, temos demandas além da Universidade. Ninguém conhece, de fato, a dor do outro, escolha treinar a empatia e paciência, que serão necessárias para a prática terapêutica, com os colegas de curso.

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Sônia Rocha: quando o sonho de ser psicóloga supera qualquer desafio

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O (En)Cena entrevista a acadêmica de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Sônia Cecília Rocha, 66 anos, mineirinha, casada, mãe e avó. Sônia é uma mulher extrovertida, amorosa, comprometida com a excelência em tudo que se propõe a executar. Em uma breve apresentação pessoal a entrevistada pontua que já viveu uma fase onde se via guerreira de levantar bandeiras, gritar, brigar, chorar; era destemida e acreditava que poderia mudar o mundo. 

O tempo passou, ela então se casou, vieram os filhos, eles cresceram e se foram, e nessa fase quando se viu sozinha e com a coragem se esvaindo entendeu que precisava reagir e iniciou o processo de graduação em psicologia. “Entreguei-me a este projeto, foi um imenso desafio, saí de um supletivo de um ano e meio, fiquei quarenta anos sem estudar, sem preparo fiz o Enem, e ingressei na faculdade. Teve momentos de extrema dificuldade, mas uma mulher forte ainda residia em mim. Como disse, dei a minha alma e aqui estou, vencendo esta etapa, que entre mortos e feridos, salvaram-se alguns, inclusive eu (risos)”, disse Sônia.

Confira este e outros detalhes na entrevista a seguir:

(En)Cena – O que te motiva a fazer psicologia já em uma fase mais amadurecida da vida? 

Sônia Rocha – A síndrome do ninho vazio e a teimosia em não querer parar. O desafio de ir além. E Psicologia porque acreditava que faria sentido pra mim.

(En)Cena – Qual a área de atuação você pretende focar depois da formação?

Sônia Rocha- Pretendo explorar a área da psicologia forense, ainda não me decidi, mas a tendência é que seja como Psicólogo Perito Oficial Criminal.

(En)Cena – Qual dica você deixa para quem pretende cursar psicologia?

Sônia Rocha – Sonhe menos e estude mais. Só mudamos algo em nós mesmos e no mundo através de conhecimento.

Fonte: Imagem por rawpixel.com no Freepik

(En)Cena – Que aspectos internos foram mobilizados em sua vida a partir do curso? 

Sônia Rocha – A busca por conhecimento transforma nosso olhar em relação a tudo que nos cerca, nos faz ver não só as partes, mas o todo das questões que nos envolve. Hoje tenho mais segurança em quem eu sou, do que quero e de quando eu quero. O outro continua sendo importante para mim, respeito-os a todos, desde que respeitem a mim. Diria que aprendi a me bastar, a me gostar.

(En)Cena – Como é a experiência de conviver no curso com pessoas de diferentes idades e perspectivas?

Sônia Rocha – Esta troca foi bastante positiva em minha vida, diversidades me encantam, pensamentos diferentes, atitudes, posturas, culturas. É uma roda viva que nos motiva de várias formas. Quanto à idade, o tempo todo ela só foi um número, tanto a minha quanto a dos colegas.

(En)Cena – Quais os maiores desafios enfrentados na pandemia relacionado à formação acadêmica?

Sônia Rocha – Não senti grandes percalços, de verdade. Sempre gostei muito de casa, sou igual gato, amo meu canto, minhas escritas, minha privacidade. Que eu me lembre a tecnológica, a conexão sempre caindo foram sim, desafiadores. Quanto ao ensino, achei super de boa, nunca pesquisei tanto e consequentemente aprendi muito com isso.

(En)Cena – Qual mensagem você deixa para os nossos leitores?

Sônia Rocha – Ninguém pode construir em teu lugar as pontes que precisarás para atravessar o rio da vida, ninguém, exceto tu, só tu. Em referência a Friedrich Nietzsche: “construa, de qualquer forma no início, vá aprimorando com o tempo, mas comece, não pare no tempo, senão ele te consome. Te engole. Apenas não pare”.

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‘Bao’ e o crescimento que se impõe com a força da vida

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Concorre com 1 indicação ao OSCAR:

Melhor animação.

Em situações recorrentes, os filhos são educados e preparados para experimentarem autonomia e, chegada a maturidade, saírem de casa e cuidarem de suas próprias vidas.

O curta metragem de animação Bao, vencedor do Oscar deste ano em sua categoria, é dirigido por Domee Shi e aborda de modo terno e emocionante o delicado tema da ‘Síndrome do Ninho Vazio’, problema psicológico que acomete inúmeros pais – sobretudo mães – ao redor do mundo.

Bao foi lançado pela Disney através da Pixar. A exibição, de modo inicial, ocorreu paralelamente aos ‘Incríveis 2’ e, de saída, já era o favorito para levar a estatueta mais cobiçada do cinema. Tem duração aproximada de 8 minutos e relata a estória de uma mãe que sofre com o ‘ninho vazio’ após seus filhos saírem de casa, num movimento natural rumo à independência.

De modo bastante criativo e com a assessoria de sua mãe, a diretora Domee Shi dá vida aos bolinhos artesanais produzidos pela mãe/personagem do curta. Neste sentido, quando a vida eclode em um dos bolinhos, a experiência da maternidade é colocada novamente diante da genitora e, similarmente ao que já havia ocorrido com os outros filhos, esta mãe é convidada a perceber que, no passar do tempo, a vida impõe o seu próprio ritmo e as ‘crias’ – mesmo as mais ‘doces’ e, eventualmente, apegadas – acabam por buscar a própria independência e identidade. Foi isso o que ocorreu com o bolinho artesanal. Ele cresce, se envolve com outras pessoas e não quer viver sob a influência exclusiva dos pais. Até desenvolve certa rejeição pela família nuclear – o que, em linhas gerais, ocorre com parte dos jovens em situação similar.

A mamãe da animação, então, vivencia e atualiza as mesmas frustrações e desencontros, o que causa profundo sofrimento psíquico. Este fenômeno abordado no curta metragem é a famosa ‘Síndrome do Ninho Vazio’, que em psicologia é caracterizada como um estado psicológico perturbador – patológico, quando associado a quadros depressivos –, marcada por sentimentos de tristeza e desânimo (sobretudo por parte da mãe) diante do processo de amadurecimento e independência dos filhos.

Foto: https://www.collater.al/en/bao-pixars-short/

Em situações recorrentes, os filhos são educados e preparados para experimentarem autonomia e, chegada a maturidade, saírem de casa e cuidarem de suas próprias vidas (conseguir emprego, relacionar-se afetivamente, constituir família, etc.). Alguns pais, no entanto, ao perceberem que dedicaram boa parte de suas vidas para os filhos, sem que tivessem a oportunidade de criar novos papeis para suas vidas, têm dificuldades de aceitar este processo de separação. Como já pontuado anteriormente, este movimento acomete, sobretudo, as mães, notadamente num cenário sociocultural de enfraquecimento da imago paterna, que pela Psicanálise edipiana é tradicionalmente vinculada a figura daquele que se responsabiliza por ‘acelerar’ a entrada dos filhos na dimensão pública (de enfrentamento do mundo).

Alguns dos desdobramentos da ‘Síndrome do Ninho Vazio’ abordados na animação e que, de fato, acometem muitas mulheres são distúrbios do sono, depressão, melancolia, raiva, distúrbios alimentares e diminuição da libido. Também há casos na literatura psicanalítica – no que se refere às fases do desenvolvimento humano e da psicologia das relações familiares – de pais que acabam por entrar num período de crise, após a saída dos filhos. Isso ocorre porque muitos casais giram em torno das demandas dos filhos e, na ausência destes, não conseguem reavaliar e ressignificar a própria relação. É neste momento que, em alguns casos, percebem não haver mais nenhum projeto em comum entre eles. É como se, inconscientemente, o vínculo marital só sobrevivesse à garantia da educação e independência dos filhos.

Para superar o ‘luto’ da saída dos filhos e a ‘Síndrome do Ninho Vazio’, a maioria das correntes teóricas da Psicologia prescrevem que é necessário reconhecer a naturalidade da saída dos filhos – isso pode ocorrer com a ajuda de um processo psicoterápico –, ao se debruçar sobre o fato de que a fase de proteção já passou. Algumas técnicas são aliadas poderosas deste processo, como a prática de atividades físicas, o engajamento no trabalho, em serviços comunitários e no próprio relacionamento afetivo, além da busca por atividades que reforcem o autodesenvolvimento e o desenvolvimento espiritual.

Fonte: https://goo.gl/NDmuu9

Os filhos de pais que desenvolvem a ‘Síndrome do Ninho Vazio’, de acordo com a literatura especializada, tendem a fazer um movimento de afastamento e de atrito em relação aos progenitores. Isto porque observam que o próprio princípio da liberdade está em crise, e em alguns casos passam a culpar os pais pelas suas demandas mais elementares, para a idade, como eventuais dificuldades para estabelecer vínculos e/ou outras inadequações que consideram ser fruto do processo de criação. Mais à frente, já como adultos, muito provavelmente estes filhos terão que se reconciliar com as imagos paternas e maternas, sob pena de carregarem um mal estar que pode interferir de modo negativo em suas ações cotidianas.

E é justamente neste cenário de resgate dos afetos que ocorre o desfecho de Bao, a partir de um enredo poético e emocionante em que mãe e filho se reconciliam, depois do tempo necessário para que a compreensão chegue e a cura se instale. O curta faz jus ao Oscar pela qualidade e função pedagógica que exerce. Um modo criativo de abordar um tema atual e desafiador.

FICHA TÉCNICA:

BAO

Título original: Bao
Direção:
Domee Shi
Elenco: Daniel Kailin – TV Son – e Sindy Lau – Mom
Ano: 2018
País: EUA
Gênero: Animação

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Uma jornada de amadurecimento e autoconhecimento

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No ano de 2012 chegava um jovem ao ensino médio, esse por acaso era eu que vos escrevo. Neste ano lembro de sofrer para me adaptar ao novo modelo de relacionamento professor-aluno e também as novas matérias, muito mais complexas que as do ensino fundamental, mas minha experiência no primeiro ano não foi apenas sofrimento, graças a um novo colega tive contato com uma série de livros chamada Percy Jackson e os olimpianos e por isso passei de uma pessoa que não tinha prazer nenhum na leitura e que só lia “obrigado´´ pela escola, para um leitor frequente que apreciava de 3 a 4 livros por mês tranquilamente, o que considero ser a maior evolução que tive naquele ano.

Para o segundo ano resolvi mudar de escola, logo tive que passar por toda uma adaptação novamente e no meio deste processo acabei me desviando dos estudos e de fato tive o que posso considerar o ano mais irresponsável de minha vida até agora, onde não estudava para absolutamente nada e a minha maior evolução do ano anterior de certa forma me ajudou no desastre que estava por vir, pois sempre lendo para meu prazer, até mesmo em sala de aula, não “sobrava´´ tempo para os estudos, o resultado de tamanha irresponsabilidade foi que acabei reprovado.

Agora em 2014, volto para a escola onde sempre estudei e já sou de certa forma adaptado para então cursar o segundo ano do ensino médio mais uma vez e uma coisa eu tinha certa na minha cabeça, agora eu iria levar os estudos a sério e seria muito mais responsável. O que de fato aconteceu, matérias que eu nunca estudava como física e química acabaram se tornando muito mais fáceis graças ao esforço que apliquei aos estudos. É obvio que não virei um aluno perfeito, ainda tinha minhas dificuldades, principalmente em matemática que com todo o esforço que fiz não deixou de ser difícil nunca, mas consegui ser ao menos mediano nesta matéria e assim passei pelo meu segundo segundo ano.

Fonte: https://bit.ly/2ztdnlf

Já no terceiro ano junto a mesma turma do segundo, pela primeira vez comecei um ciclo completamente adaptado a tudo que me esperava, conhecia meus colegas e professores e já tinha firme um ritmo de estudo que seria necessário para enfim sair do ensino médio. A única coisa que me faltava era chegar a uma ideia final de qual graduação fazer no ano seguinte e com o apoio de vários professores, amigos e também de minha família decidi que iria fazer artes cênicas.

Aqui começa minha jornada de transição da escola para a faculdade. Assim que deixei o ensino médio já entrei no curso de teatro da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e também entrei em um cursinho pré-vestibular, pois meu objetivo seria passar em uma universidade com mais tradição nas artes cênicas. Dessa forma durante um desgastante período conciliei o cursinho pela manhã e a universidade pela noite, mas foi necessário apenas o 1° período na UFT para que eu abandonasse de vez o teatro.

Após largar a faculdade passei cerca de 3 meses sem nenhuma atividade e no começo de 2017 me mudei com um grande amigo para a Argentina, onde nós dois faríamos medicina e essa é uma parte de minha vida na qual eu tive um grande amadurecimento com toda a experiência de morar sem os pais, ter que me virar de qualquer jeito em outro país, ter contato com diversas culturas diferentes e tudo mais, isso de fato foi maravilhoso porém durou novamente só um período, pois enquanto estava morando fora, por algum motivo eu me vi no futuro como um psicólogo e não como um médico.

De volta a minha cidade tive uma conversa com meus pais e os convenci que a psicologia era o melhor para mim e no primeiro vestibular que abriu me inscrevi e passei, podendo iniciar nesse ano de 2018 a graduação que, ainda cursando apenas o segundo período posso afirmar com certeza que me encaixo e que enfim tenho um prazer em estudar.

Fonte: https://bit.ly/2xGKssF

Essa é a minha nada curta jornada de transição do ensino médio para a universidade, onde pude viver muita coisa e tive o prazer de me conhecer nesses anos. De fato, apesar de ter passado muito tempo para me encaixar em uma área de estudo eu não mudaria nada nessa trajetória pois ela me trouxe a um ponto onde eu posso dizer que estou feliz.

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