Mesa redonda discute a assistência em situações de crise

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Participaram da mesa Alex Matos Fernandes (profissional da Defesa Civil); Karlla de Souza Luz e Claudete Nascimento (profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU); e Andreya Bueno, (Tenente Coronel do Corpo de Bombeiros Militar).

Ocorreu na manhã da última quarta-feira, dia 02 de outubro, nas dependências do CEULP/ULBRA, a mesa redonda “Intervenção em Situações de Crise”, organizada pela professora Izabela Querido e os acadêmicos de Psicologia da disciplina de Intervenção em Situações de Crise. A mesa redonda teve o objetivo de abordar a assistência prestada por profissionais nas mais diversas situações de crise, como suicídio, surtos psicóticos, desastre e violências.

       Participaram da mesa Alex Matos Fernandes (profissional da Defesa Civil); Karlla de Souza Luz e Claudete Nascimento (profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU); e Andreya Bueno, (Tenente Coronel do Corpo de Bombeiros Militar). Como mediadora, a professora Izabela Querido iniciou com a apresentação do evento, abrindo para as apresentações dos profissionais convidados.

      A tenente Coronel Andreya Bueno, do Corpo de Bombeiros, atualmente no cargo de diretora do Departamento de Ensino e Pesquisa, abriu a fala dos convidados da mesa. Inicialmente abordou sobre a sua experiência pessoal com a Psicologia, reconhecendo a importância das intervenções do profissional psicólogo. Durante a sua fala explicou sobre o trabalho de capacitação para situações de emergência que realiza nas instituições de ensino, o qual envolve crianças do primário até universitários, focando na prevenção como também no manejo em caso de incidentes.

(Da esquerda para a direita: Karlla de Souza, Claudete, professora Izabela Querido, Andreya Bueno e Alex Matos Fernandes )

         Dando continuidade às falas da composição da mesa redonda, a enfermeira Karlla de Souza Luz, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), relatou como ocorre a assistência e os procedimentos em casos de emergências, em que os profissionais do SAMU são acionados para prestar assistência direta ao paciente ajudando e fornecendo o atendimento pré-hospitalar às vítimas em situações de urgência. Karlla relatou sobre algumas experiências que foram marcantes em sua vida profissional, demandas relacionadas aos atendimentos direto com os pacientes em situações de urgência. Compondo também a mesa, a  profissional do SAMU, Claudete Nascimento, explicou sobre a simulação de acidente com múltiplas vítimas ocorrido na Teotônio Segurado, que teve o objetivo de preparar os profissionais de salvamento e segurança.

       Alex Matos foi o responsável por descrever a atuação da Defesa Civil na cidade de Palmas-TO. Esta representa um conjunto de ações preventivas de socorro, assistenciais e reconstrutivas visando preservar a integridade física e moral das pessoas em situação de vulnerabilidade. Alex explicou que o papel da Defesa Civil vai além de apenas salvar uma vida em situação de perigo, sua atuação também envolve oferecer suporte para que as vítimas se sintam acolhidas. Um exemplo citado foi o de oferecer brinquedos para crianças que estão em abrigos temporários depois de desastres, sejam estes causados por eventos naturais ou decorrentes de incidentes tecnológicos. Na pauta do evento, também foi discutida a questão de cadastros de profissionais para auxiliarem em situações de desastre.

      Na ocasião da mesa redonda os profissionais aproveitaram para reforçar a necessidade de desenvolver ações que promovam saúde mental para as pessoas que intervêm nas situações de crise. Andreya apontou que cresce o número de mortes por suicídio em profissionais da segurança pública enquanto Karlla e Claudete citaram o adoecimento físico e mental de profissionais da saúde. De acordo com os depoimentos, o suicídio é uma experiência vivenciada com colegas próximos tanto da corporação do Corpo de Bombeiros quanto em áreas da saúde.

           O encontro foi encerrado com a reflexão da importância de discutir e abrir espaço para abordar cada vez mais sobre a atuação desses profissionais, construindo juntamente com acadêmicos  um trabalho intersetorial em que diferentes áreas poderão articular para atender as necessidades vigentes.

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São as nossas doenças que nos curam?

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Diante da dor, o indivíduo pode se rebelar e finalmente “acordar” para a vida. A dor faz o homem sentir-se vivo.

Quem quer ficar doente? Eu acredito que ninguém. É comum em nossa cultura sempre felicitarmos o outro com saúde em abundância. Mas qual o significado de saúde e qual o significado de doença? É melhor viver uma vida monótona de 100 anos ou viver uma vida de emoção de 50 anos? Quais vantagens pode-se tirar ao ser acometido por uma doença?

Um dos primeiros benefícios da doença pode ser a ruptura, seja de hábitos, crenças, cultura, quotidiano ou modo de pensar. Nietzsche (2008), em seu livro Ecce homo, relata que a doença o libertou lentamente. Pois através da doença o filósofo declara que passou por uma transformação, já que mudou todos os seus hábitos, pois lhe ordenou o esquecimento, lhe presenteou com a obrigação de sossego, lazer, espera e paciência.

Definitivamente a doença muda a realidade do homem, pois tudo é visto com mais objetividade, precisão e clareza. A partir disto, muda-se então as prioridades, já que o homem analisa o que funcionava, o que funciona e o que pode funcionar. Um exemplo é Nietzsche (2008) que, devido a doença, se mudou de local, para respirar novos ares e apreciar novas paisagens, com o objetivo de ter uma melhor qualidade de vida (THOMASS, 2010).

Fonte: encurtador.com.br/bems2

Diante da dor, o indivíduo pode se rebelar e finalmente “acordar” para a vida. A dor faz o homem sentir-se vivo. Com a correria do cotidiano não paramos para apreciar as coisas simples. Às vezes o respirar passa despercebido, mas o indivíduo acometido por uma asma encontra felicidade e gratidão em cada movimento de inspirar e expirar. Thomas (2010, p. 21) declara que “somos forçados a provar os mínimos detalhes para não sucumbir ao fatalismo”.

A doença também pode ser a cura contra o pessimismo. Nietzsche (2008) declara que por meio da sua doença pôde experimentar coisas boas, e com facilidade conseguiu formular sua filosofia de vida através da sua vontade de viver e ter saúde. O filósofo afirma: não é porque sofremos que temos direito ao pessimismo.

Um homem que já passou pelo pior, tem maior chance de aprender a apreciar o melhor. É como um regenerar-se, com sensibilidade na alegria, cuidado nas palavras e leveza nos atos. Thomass (2010, p. 22) afirma que “somente quando adoecemos descobrimos nossa saúde”. Pois, de acordo com sua linha de pensamento, somente através do adoecimento temos razão para mobilizar nossos instintos de defesa e de cura.

Fonte: encurtador.com.br/fikns

Ainda de acordo com o autor, a saúde não é um estado estático e universal. Não há diferença de natureza entre saúde e doença, mas há diferença de grau. A saúde não é a ausência da doença, mas sim a capacidade de defesa instintiva contra a doença.  Logo, há diversos tipos de saúde, e é desafio de cada um descobrir a sua “própria saúde”.

É importante frisar que o indivíduo é subjetivo. Diante disto, Nietzsche formulou o conceito “grande saúde”, que se refere a particularidade de cada pessoa diante de iguais ou diferentes tipos de doenças.

Desse modo a apresenta, pois entende ser a maior mobilização de impulsos na luta, o ensaio de diferentes perspectivas, o que fomenta a exploração e a descoberta de diferentes ópticas e pontos de vista. A seu ver, é esse dinamismo, assemelhado a uma dança de impulsos, o que promove a experimentação de pensamentos e valores, sentimentos e quereres outros. Por esse viés, mesmo a doença, como mobilização do corpo, pode dar oportunidade para experimentações de muitos e opostos modos de pensar (MOREIRA, 2016, P. 44).

A doença gera autoconhecimento, pois temos a oportunidade entender o funcionamento do nosso corpo e capacidade de se reciclar, de modo biopsicossocial. Na literatura existe casos conhecidos de grandes mentes pensantes que fizeram uso de sua doença para potencializar suas habilidades. Francisco Goya, após adoecer, passou a deixar suas obras mais escuras e sombrias. Ludwig van Beethoven sofria de depressão e transtorno bipolar, o que pode ter dado intensidade as suas notas musicais. Machado de Assis sofreu de depressão, e passou a abordar o assunto em suas obras. Edvard Munch  sofria de depressão e agorafobia, e a partir de seus delírios supõe que ele criou a obra  “O Grito”, em 1893.

No entanto, Nietzsche frisa: “A doença é um poderoso estimulante. Mas é preciso ser suficientemente saudável para este estimulante”. E para isto precisamos estar dispostos a sair da zona de conforto do adoecimento. Como você tem lidado com a sua doença? Como forma de se potencializar para florescer ou como forma de se exaurir?

Referências

DENCK, D. 9 gênios que sofreram com doenças mentais. Acessado em https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/75260-9-genios-que-sofreram-com-doencas-mentais.htm > no dia 06/07/9.

MOREIRA, A. Nietzsche e a grande saúde: O uso do diagnóstico tipológico contra a metafísica. Estudos Nietzsche, Espírito Santo, v. 7, n. 1, p. 31-55, jan./jun. 2016.

NIETZSCHE, Friedrich. Ecce homo: como alguém se torna o que é. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

THOMASS. B. Afirmar-se com Nietzsche. Vozes Nobilis; Edição: 1 (22 de julho de 2019)

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Governo sanciona lei que cria Dia de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia

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O Governo do Estado do Tocantins sancionou no último dia 1° a Lei nº 122, que institui o Dia Estadual de Conscientização e Enfretamento a Fibromialgia. A proposta é de autoria do Deputado Estadual Ricardo Ayres (PSB) e foi aprovada, por unanimidade, na Assembleia Legislativa no início do mês de julho. A fibromialgia é uma síndrome que atinge cerca de 3% da população brasileira, que provoca dores por todo corpo, de difícil diagnóstico e que ainda não existe cura, essas são algumas das razões da importância da conscientização dessa doença.

encurtador.com.br/dyzAV

Pela Lei, a data será celebrada todo dia 12 de maio e tem por objetivo dar informações à população sobre a doença, sintomas e tratamentos adequados, além de promover a troca de experiências entre pacientes, profissionais de saúde e sociedade em geral. “Essa é uma lei que busca abrir espaço para a construção de uma saber coletivo que busque amenizar a dor dessa doença crônica e trazer mais qualidade de vida para os portadores”, explicou Ricardo Ayres.

Tratamento e preconceito:

Gulnara Silva de Freitas, professora de Educação Física sofre há mais de 10 anos com a síndrome e destaca a importância da instituição desse dia: “Me alegra muito saber dessa lei no Tocantins. Somente em São Paulo que tive o diagnóstico, e mesmo assim, até acertar a medicação, ter o tratamento adequado e aprender a conviver com a síndrome é uma luta diária”, disse.

encurtador.com.br/cFKX5

Ainda segundo a paciente, é importante para Estado que haja essa conscientização. Ela argumenta que este é um marco, pois acredita que é preciso debater a síndrome e que ainda existe um preconceito muito grande.

Para ela, esclarecer pacientes, população, familiares e os profissionais da saúde é importante para que quem sofre da síndrome possa não ser tão estigmatizado e possa ter melhores cuidados e tratamentos. “As pessoas não tem esclarecimento quanto à síndrome, e como não há uma ferida aberta, não há algo que seja percebido pelos outros, imaginam como frescura, preguiça ou algo psicológico”, concluiu.

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Como lidar com a pressão em concursos

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Todos os anos, milhares de pessoas ficam na expectativa para obter a tão aguardada aprovação em concursos, em vestibulares ou uma boa pontuação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além de ter um bom material, como, por exemplo, livros e apostilas, é necessário buscar organização, uma rotina de estudos e equilíbrio emocional. O modo como irá lidar com a situação vai refletir na execução e no resultado.

O planejamento de estudos é a primeira questão a ser cuidada. Para que o candidato tenha boas condições nas provas, é essencial a realização de um cronograma com todo horário. Uma sugestão é estabelecer diferentes grades de horários para cada atividade.

Por exemplo, reserve um tempo na semana para resolver provas anteriores das bancas que elaboram seu concurso. Defina quais os dias irá estudar resumos e fazer simulados. Dessa forma, fica mais fácil de seguir uma rotina. Mas isso não irá adiantar, caso não leve a sério a programação. Para isso, busque seguir estratégias de estudo que te deixe mais motivado para continuar. A boa dica são os três D’s: determinação, dedicação e disciplina.

A determinação é o combustível que nos leva para frente. É a força que nos faz não desistir. É óbvio que durante os estudos podemos ter dificuldades, dúvidas ou até mesmo desânimo. Mas quando estamos determinados, ficamos dispostos a buscar a aprovação a todo custo. Portanto, não importa o que aconteça, siga em frente até o fim.

Fonte: encurtador.com.br/hjHLW

Já a dedicação tem muito a ver com abdicação. É importante saber que, muitas vezes, será necessário deixar de lado alguns momentos de lazer com o intuito de se concentrar melhor nos estudos. Faça de tudo para manter o foco. Pense sempre nos objetivos futuros e se esforce na preparação.

A disciplina é uma grande aliada em todo o processo. Ela serve para ajudar a seguir um bom planejamento, horário de estudos e, principalmente, comprometimento consigo mesmo. Quando se tem uma mente disciplinada, é mais fácil aplicar no dia a dia uma rotina que irá auxiliá-lo a obter melhores resultados.

Outro ponto importante é a saúde do candidato. Não adianta em nada a pessoa se matar de estudar e no período da prova ficar doente. Por isso, é fundamental ter hábitos saudáveis. Tenha sempre uma alimentação saudável e pratique atividades físicas. Esses fatores vão dar mais energia e disposição para o candidato.

No entanto, mesmo tendo uma programação correta, é possível que a pessoa sinta dúvidas em sua própria capacidade. Para não desanimar, acredite que o concurso é uma grande fila e que sua vez vai chegar, desde que você faça uma preparação focada. Portanto, acredite no seu potencial. E pense sempre que hoje falta muito menos do que ontem para a conquista da vaga tão almejada.

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Palmas conta com programação diversificada nas férias

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Dentre as atrações, houve uma sessão de cinema ao ar livre com a projeção do filme ‘Sobre Rodas’, que foi vencedor na categoria infantil no festival de Toronto em 2017

No dia 13 de julho, último sábado, no Parque Cesamar, houve diversas atividades que proporcionaram para a população palmense muito lazer, divertimento e atividades físicas. O evento promoveu interação entre crianças e adultos, e o cuidado com a saúde, fazendo das férias um espaço produtivo e divertido para diferentes faixas etárias. 

Houve uma sessão de cinema ao ar livre com a projeção do filme ‘Sobre Rodas’, que foi vencedor na categoria infantil no festival de Toronto em 2017. Pessoas de diferentes idades puderam participar, vislumbrando um espaço bastante confortável para as famílias que decidiram passar o final de semana contemplando um pouco sobre o cinema nacional, em ambiente livre e diferente da programação casual.

Outros projetos como o ‘Amigos do Bem’ (Qualidade de Vida e Cidadania) também deram novas opções para as famílias, que puderam brincar com brinquedos que marcaram a infância de muitos pais, como  pião, corda, cabo de guerra, dentre outros. O objetivo foi proporcionar que as crianças pudessem ter um espaço recreativo, onde pais, avós ou responsáveis também se divertissem e revivessem suas infâncias, proporcionando a vivência dos laços afetivos e dando abertura para que as crianças trabalhassem suas habilidades motoras e sociais. 

A associação já tem mais de 15 anos em vigência, e já promoveu diversos projetos, como Biblioteca cidadã (em espaços públicos, universidades, e a aldeia de Tocantínia). Trata-se de uma ONG que tem cunho educacional, cultural e de assistência social, que conta com uma equipe multiprofissional, e sem fins lucrativos, que agora promove um espaço interativo todos os sábados a partir das 17h no Parque Cesamar. 

Arquivo Pessoal

Espaços para o cuidado com a saúde física também se fizeram como uma opção para os palmenses, que durante essas férias podem optar por manter uma vida mais saudável e ativa com o “Palmas Capital Fitness”, que promoverá atividades aos sábados, às 18h30.

Arquivo Pessoal
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Rotatividade dos profissionais da saúde: uma experiência prática

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A alta rotatividade da equipe do Sistema Único de Saúde (SUS) pode acarretar também em falta de profissionais qualificados, engajados e conhecedores do serviço.

A rotatividade profissional, para Tonelli et al. (2018), é definida como uma permanente entrada e saída de pessoas de uma organização, sendo estas voluntárias ou involuntárias. Dentro das organizações sempre há rotatividade, estas podem ser positivas, desde que sejam de funcionários não essenciais que estejam executando determinada atividade e venham deixar a organização. Portanto, é importante ressaltar que a rotatividade pode acarretar em perdas de pessoas estratégicas para determinada vaga, causando assim o fator de interrupção das atividades e consequentemente prejudicando no desenvolvimento da organização.

A alta rotatividade da equipe do Sistema Único de Saúde (SUS) pode acarretar também em falta de profissionais qualificados, engajados e conhecedores do serviço. Uma vez que o profissional que se encontra pertencente a instituição e conhece todo o funcionamento desta é afastado, a inserção de um novo profissional implicará em todo um processo de adaptação que poderá trazer consequências diversas para o serviço. De acordo com Gil (2006), a rotatividade dos profissionais de saúde resulta na perda de investimentos dos gestores que estão em processo de capacitação e qualificação dos profissionais para desenvolver novas práticas, como cursos de introdução aos princípios organizativos da saúde.

Outro fator que pode estar relacionado ao alto índice de rotatividade dos profissionais de saúde, pode estar interligado com a insatisfação relacionada a política da organização, pois se o profissional não acredita nesta política, o trabalho vai se tornar adoecedor e sem sentido. Para Medeiros et al (2010), os profissionais insatisfeitos com o trabalho podem apresentar maior probabilidade de fazerem parte da taxa de rotatividade. Na medida em que o profissional apresenta falta de realização e pouca motivação, começam a receber pouco reconhecimento no cargo, vivenciar constantes conflitos com a chefia e com os colegas, e ainda experimentam a incapacidade de realizar os objetivos do seu cargo.

Fonte: encurtador.com.br/hvCGR

Com o alto índice de rotatividade dos profissionais da saúde, os usuários do SUS podem apresentar dificuldade em construir novos vínculos e se dedicarem ao tratamento, devido a possibilidade da saída repentina do profissional que, por sua vez, colabora para um sentimento de insegurança. Campos e Malik (2008) acreditam que na saúde, a rotatividade pode gerar alguns impactos, como o comprometimento com os vínculos da equipe com os usuários, que pode afetar também no objetivo dos resultados esperados dentro do serviço, principalmente na Estratégia de Saúde da Família (ESF), pois o seu foco está na atenção à família na comunidade, onde valorizam-se os vínculos estreitos entre família e profissional.

A rotatividade dos profissionais dos SUS pode afetar também o andamento do tratamento do usuário, pois o profissional pode vir a iniciar uma atividade e deixá-la inacabada por conta de sua saída da organização, causando um desamparo no processo até a chegada de outro profissional, que pode ou não dar continuidade a esta atividade. Sendo assim, alguns profissionais optam por não planejar atividades que requeiram um longo período de execução, como demonstra Pialarissi (2017, p. 2)

Comprometendo a relação do sistema com os trabalhadores e prejudicando a qualidade e continuidade dos serviços prestados em razão de consequências tais quais o alto índice de rotatividade dos profissionais e a impossibilidade de se fixar projetos com processos de planejamento de médio e longo prazos

Fonte: encurtador.com.br/mqtGS

Para Guimarães, Oliveira e Yamamoto (2013), um dos aspectos que pode comprometer a continuidade e o andamento das atividades é a rotatividade dos estagiários, pois pode vir a  causar nos usuários um recomeço constante das atividades, além da necessidade de (re)criar novos vínculos entre usuários e estagiários.

Dentro do âmbito de saúde alguns projetos são colocados em prática, mas devido a rotatividade dos profissionais alguns projetos não são finalizados. Segundo Polejack et al. (2015), a descontinuidade das ações planejadas, a frequente rotatividade dos profissionais, a descontinuidade das políticas e da gestão das mesmas, podem acarretar em implicações severas para o serviço e para o papel de cada profissional.

Uma experiência de rotatividade vivenciada na prática

            O estágio em ênfase B se apresenta como um dos campos de estágio que o acadêmico do curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra precisa cumprir, como matéria obrigatória para sua formação. Diante das muitas possibilidades de atuação que foram ofertadas, as estagiárias escolheram o campo do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras drogas (CAPS AD 3).

Fonte: encurtador.com.br/LPQZ1

            As atividades no referido espaço foram iniciadas no mês de fevereiro de 2019, sob supervisão da psicóloga da instituição. Esse primeiro mês teve como objetivo principal a integração das acadêmicas ao campo, para que estas entendessem o funcionamento do serviço e acima de tudo pudessem estabelecer um bom vínculo com os usuários e com a equipe profissional.

            Diante da satisfatória integração, as estagiárias assumiram para si funções específicas, sendo: a condução de um grupo terapêutico sobre autoconhecimento, bem como a realização de atendimentos psicoterápicos individuais. Dessa forma, a inserção e atuação no campo começou a tomar forma e engajamento, e assim foi durante os meses de março e abril, até que o fenômeno da rotatividade acontecesse.

            A psicóloga supervisora tomou a decisão de não continuar mais trabalhando na instituição, por motivos específicos e pessoais. Como consequência da saída da Psicóloga, as estagiárias não puderam mais continuar na instituição, uma vez não permitida a permanência de estagiários atuando no campo sem um supervisor. Sendo assim, o abandono do campo ocorreu, e ocorreu de forma dolorosa para todos os envolvidos no processo: acadêmicas, supervisora, equipe e usuários.

            Tal abandono acarretou no desamparo dos usuários, que estavam sendo assistidos pelos grupos e pelos atendimentos individuais que eram conduzidos pelas estagiárias e pela supervisora. Além de implicar bastante nas relações de vinculação que haviam sido estabelecidas, fazendo com que todas experimentassem um sentimento de rompimento muito doloroso.

Fonte: encurtador.com.br/sFUY6

            O romper desse vínculo e suas consequências foram externalizadas na fala de alguns usuários, que ao saberem da saída das profissionais demonstraram inquietação e preocupação, questionando “por quem” e “como” eles seriam assistidos.

            Contudo, a nova realidade que se apresentava levou as acadêmicas a estagiarem em outro campo, agora a Secretaria Municipal de Saúde de Palmas (SEMUS), especificamente na área de gestão, sob supervisão da psicóloga Isabela Monticelli que se encontrava responsável pelo grupo condutor de Infectologia.

            Diante de todo o exposto, é possível perceber o quanto a rotatividade nos serviços de saúde existe e o quão nocivas elas são, tanto para os usuários dos serviços quanto para os profissionais envolvidos. Dessa forma, para as acadêmicas, ter vivenciado esse processo lhes fizeram perceber que, ao profissional da saúde pública é necessário sempre uma criatividade e expertise no que tange a sua atuação profissional, estando sempre atento para que o processo seja o menos prejudicial possível, para os usuários e para si mesmo.

            Tal expertise e atenção, pode se aplicar numa prática baseada num cuidado comprometido que seja efetivo enquanto o profissional estiver inserido naquele espaço de trabalho, tendo este a consciência de que fez o seu melhor dentro do tempo que lhe foi concedido. Além disso, entender que os usuários do serviço podem, por meio da sua atuação profissional alcançar um nível de autonomia que lhes façam ser os protagonistas de suas vidas, colaborando assim para a dissolução de vínculos de dependência não-saudáveis.

 

REFERÊNCIAS

CAMPOS, Claudia Valentina de Arruda  and  MALIK, Ana Maria. Satisfação no trabalho e rotatividade dos médicos do Programa de Saúde da Família. Rev. Adm. Pública [online]. 2008, vol.42, n.2, pp.347-368. ISSN 0034-7612.  http://dx.doi.org/10.1590/S0034-76122008000200007.

GIL, C. R. R. Práticas profissionais em saúde da família: expressões de um cotidiano em construção. 2006. 318 f. Tese (Doutorado) – Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro.

Guimarães, S. B., Oliveira, I. F., & Yamamoto, O. H. (2013). As práticas dos psicólogos em ambulatórios de saúde mental. Psicologia & Sociedade, 25(3), 664-673

MEDEIROS, Cássia Regina Gotler et al. A rotatividade de enfermeiros e médicos: um impasse na implementação da Estratégia de Saúde da Família. Ciência & Saúde Coletiva, Lajeado Rs, v. 15, n. 4, p.1521-1531, jun. 2010.

PIALARISSI, Renata. Precarização do Trabalho. Rev. Adm. Saúde, São Paulo, Vol. 17, Nº 66, Jan. – Mar. 2017.

POLEJACK, Larissa. Psicologia e Políticas Públicas na Saúde: Experiências, Reflexões, Interfaces e Desafios. (2015), Porto Alegre, 1 ed.

TONELLI, Bárbara Quadros et al. Rotatividade de profissionais da Estratégia Saúde da Família no município de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Revista da Faculdade de Odontologia – Upf, [s.l.], v. 23, n. 2, p.180-185, 22 out. 2018. UPF Editora. http://dx.doi.org/10.5335/rfo.v23i2.8314.

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Psicóloga Hospitalar relata experiência na turma de Saúde Bioética e Sociedade

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Anita Coelho dos Santos, que atua no Hospital Infantil Público de Palmas (HIPP), contou à turma sua trajetória como trabalhadora do SUS.

Na tarde desta quarta-feira (29) os alunos da disciplina de Saúde Bioética e Sociedade, que é conduzida pela Profa Dra Renata Alves Bandeira, receberam para um bate-papo a psicóloga Anita Coelho dos Santos, egressa do Ceulp/Ulbra que compõe a equipe de Psicologia do Hospital Infantil Público de Palmas.

A psicóloga contou aos alunos, que finalizaram o módulo de estudo sobre o SUS, como foi sua trajetória de atuação no sistema desde que se formou em 2005 na primeira turma de psicologia do Ceulp.

Turma de Saúde, Bioética e Sociedade – Foto: Irenides Teixeira

Em sua carreira, Anita também já atuou no Instituto Médico Legal de Palmas e no Hospital Regional de Gurupi. De acordo com a psicóloga, é necessária uma postura humanizada frente aos desafios que a profissão apresenta no Sistema Único de Saúde, mesmo que que não envolva diretamente os conhecimentos da psicologia. Defendeu também uma postura enérgica e combativa frente a projetos que não compreendem a prática real no atendimento com os usuários.

Com a conclusão da fala de Anita, os alunos puderam tirar suas dúvidas referentes aos atendimentos realizados em caso de óbito, bem como sobre os sentimentos que o apego aos pacientes pode gerar. Ao final do encontro, foi realizada uma confraternização com um lanche oferecido pelos acadêmicos.

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Saúde e educação sexual entre os jovens é foco de debate no Caos 2019

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Pensamento errôneo que está sendo difundido é que a educação sexual nas escolas seria “ensinar a criança a fazer sexo”, e não é isso que estudiosos propõem

Durante o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS) 2019, no dia 23 de maio, a “Saúde e educação sexual entre os jovens” foi discutido no Psicologia em debate especial através das acadêmicas de psicologia do Ceulp/Ulbra: Adrielly Martins, Bruna Medeiros Freitas, Diane Karen, Janinne Costa, Letícia Antunes e Nayara Ferreira.

Com o atual surgimento do projeto de lei para proibir disciplinas sobre “gênero” e “orientação sexual”, promover momentos de discussão como esse são de suma importância tanto para futuros profissionais de psicologia como para pais e responsáveis, já que o pensamento errôneo que está sendo difundido é que a educação sexual nas escolas seria “ensinar a criança a fazer sexo”, e não é isso que estudiosos propõem.

 

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Profa. Dra. Irenides Teixeira participa de Mesa Redonda em Encontro Nacional de Enfermagem na UFRJ

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Dra. Irenides foi convidada tendo em vista a sua experiência e produção de conhecimento na interface do tema das mídias sociais com o campo da saúde e enfermagem.

A coordenadora do curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra, profa. Dra. Irenides Teixeira, irá participar de uma Mesa Redonda durante a 26ª edição do Pesquisando em Enfermagem, a 22ª Jornada Nacional de História da Enfermagem e 19º Encontro Nacional de Fundamentos do cuidado de Enfermagem, evento conjunto organizado pelo Departamento de Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, que ocorre de 13 a 17 de maio no Rio de Janeiro.

Profa Dra Irenides Teixeira – Foto: Arquivo Pessoal

Dra. Irenides foi convidada tendo em vista a sua experiência e produção de conhecimento na interface do tema das mídias sociais com o campo da saúde e enfermagem. Na oportunidade, irá compor a Mesa Redonda para abordar o tema “Blogs, Facebook, Plataformas virtuais: as mídias na produção de conhecimento sobre o cuidado em saúde e enfermagem”, no dia 14 de maio, terça-feira às 9h, no âmbito do Encontro Nacional de Fundamentos do Cuidado de Enfermagem. Para Dra. Irenides, “o evento é uma oportunidade de dialogar com a comunidade acadêmica sobre a promoção de saúde mental a partir da comunicação, notadamente de base digital. Trata-se de um recurso fantástico para fazer valer uma série de estratégias e intervenções que ampliam a atuação profissional e propiciam mais esclarecimentos e qualidade de vida para a população’.

O evento é voltado a estudantes de pós-graduação, estudantes de graduação, docentes, pesquisadores, enfermeiros, técnicos de enfermagem e profissionais de áreas afins. No âmbito de sua abrangência nacional, conta com participantes de diferentes estados e regiões, especialmente àqueles provenientes de instituições parceiras que possuem convênio com a Escola de Enfermagem Anna Nery. No âmbito regional e local tem marcante presença de profissionais inseridos no sistema de saúde local e de cidades circunvizinhas, bem como de estudantes que desenvolvem seus estudos no Rio de Janeiro. Há, ainda, a participação de convidados internacionais que integram redes de pesquisa com os pesquisadores nacionais.

Confira o currículo completo da docente: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4737167E6

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